Daniel Miranda
UFABC
daniel.miranda@ufabc.com |
Cristian Colleti
UFABC
cristian.colleti@ufabc.com |
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Definição 1.
Seja um intervalo e uma função .
Diremos que é um ponto de máximo global (ou absoluto) de , se , para todo . Neste caso, diremos que é máximo global.
Diremos que é um ponto de mínimo global de , se , para todo . Neste caso, diremos que é mínimo global.
Um ponto será dito um ponto extremo global, se for um ponto de máximo global ou um ponto de mínimo global.
Exercício. Determine os extremos das seguintes funções analisando seus gráficos:
Resolução.
A função possui um mínimo em e não possui máximo;.
A função não possui máximo e mínimo.
A função não possui máximo e mínimo.
A função possui máximo e mínimo.
Exercício. Utilizando os gráficos da Figura do slide abaixo Determine os extremos das seguintes funções nos intervalos especificados:
em
em
Resolução.
Pelos gráficos da Figura 2, temos que o máximo de em ocorre em . O valor máximo que a função atinge é .
Pelos gráficos da Figura 2, temos a função em não possui máximo . Um modo de ver isso é por redução ao absurdo. Suponha que tivesse um máximo em , que podemos supor maior que , se tomarmos valor entre e a função será maior em , pois a função é crescente em . O que levaria a um absurdo e logo a função não possui máximo. Porque esse argumento não funciona no item anterior?
Definição 2.
Seja um intervalo e uma função.
Diremos que é um ponto de máximo local de , se existir tal que , para todo . Neste caso, diremos que é um máximo local.
Diremos que é um ponto de mínimo local de , se existir tal que , para todo . Neste caso, diremos que é mínimo local.
Um ponto será dito um ponto extremo local, se for um ponto de máximo local ou um ponto de mínimo local.
A função possui máximos relativos nos pontos e e mínimos relativos nos pontos e . Observe que , ou seja, o valor de uma função em um mínimo relativo pode ser maior que o valor num máximo relativo.
Teorema [Teorema de Fermat].
Se é uma função definida no intervalo aberto e é um ponto extremo de em então ou não é diferenciável em ou .
Demonstração
Suponha que é diferenciável em e que é um máximo local (uma prova similar pode ser feita quando é um mínimo local). Então tal que e tal que para todo satisfazendo . Logo, para qualquer temos que:
Tomando o limite temos que . Por outro lado para temos que
Novamente, tomando o limite temos que
Logo
A recíproca não é necessariamente verdadeira. Seja que está definida em todo . Logo . Portanto . Porém não é um ponto nem de máximo nem de mínimo para a função em qualquer intervalo que contenha o . .
Definição 3.
O ponto é um ponto crítico de se ou se a derivada de no ponto não existir. Neste caso, o valor é chamado valor crítico da função .
Note que é necessário que exista , a fim de ser um ponto crítico. Este é um ponto importante, e muitas vezes esquecido.
Exercício. Determine os pontos críticos da função .
Resolução. A derivada é dada por
Os pontos críticos ocorrem quando
Ou seja, quando
Ou seja quando
Exercício. Determine os pontos críticos da função .
Resolução. Derivando temos que . Ou seja, . Simplificando, temos:
e assim os pontos críticos são:
Exercício. Determine os pontos críticos da função .
Resolução.
O Teorema de Weierstrass [de Weierstrass ou do Valor Extremo] afirma que uma função contínua em um intervalo fechado atinge valor máximo e um mínimo global, mas não diz como encontrar esses valores extremos. Notemos que o valor extremo ou ocorre num ponto crítico ou ocorre em um extremo do intervalo.
Teorema [de Weierstrass ou do Valor Extremo].
Se for contínua em , então existirão tais que
Como consequência dos Teorema de Weierstrass e de Teorema de Fermat, temos
Teorema 3.
Se é continua no intervalo fechado e limitado , então tem pontos de máximo e de mínimo em . Mais ainda, os únicos possíveis pontos extremais da função são:
Exercício. Ache os extremos de em .
Resolução Como é diferenciável, os pontos críticos ocorrem quando . Calculando a derivada temos:
resolvendo
temos que a derivada se anula em e .
Logo os candidatos a pontos de extremos são .
Calculando o valor da função nesses pontos temos:
Logo, é o ponto de máximo e é o ponto de mínimo.
Exercício. Um fazendeiro deseja construir um curral e possui 500m de cerca linear. O local onde deseja construir o curral faz divisa com um edifício e assim não será necessário qualquer cerca neste lado. Quais são as dimensões do curral que vai encerrar a maior área.
Exercício. Determine a razão entre a altura e o diâmetro da base do cilindro de volume máximo que pode ser inscrito numa esfera de raio .
Resolução
O volume do cilindro é dado por
e por Pitágoras temos a seguinte relação entre o raio e a altura:
Logo a expressão do volume em função da altura é
Como o cilindro está contido na esfera, temos que os valores de estão no intervalo . Assim, temos um problema de extremos em um intervalo fechado, e consequentemente temos a existência de um máximo. Esse máximo ocorrerá ou nos pontos extremos do intervalo ou nos pontos críticos.
Como é diferenciável, os pontos críticos são os pontos de derivada iguais a 0. Derivando
Resolvendo temos:
Como
temos que
e assim
Sabemos que a derivada de uma função constante é zero. Pergunta-se se uma função cuja derivada seja sempre zero é constante. Ou, em outras palavras, se um corpo tem velocidade instantânea zero no intervalo de tempo dado por um intervalo, este encontra-se em repouso?
Para responder perguntas deste tipo devemos aprender a extrair informação de uma função a partir da informação dada pela derivada da função. Informalmente, devemos utilizar a informação que a derivada nos da sobre o comportamento local da função para extrair informação sobre o comportamento global desta.
O objetivo desta seção é, dada uma função , encontrar condições sob as quais exista um ponto tal que
Intuitivamente, a equação acima nos diz que existe um instante de tempo no qual a velocidade instantânea de um objeto (informação local) é igual à velocidade média do objeto no intervalo de tempo (informação global).
Começamos com um caso especial do Teorema do Valor Médio conhecido como teorema de Rolle.
Teorema [Teorema de Rolle].
Seja uma função contí nua no intervalo fechado , diferenciável no intervalo aberto satisfazendo .
Então, existe tal que .
Demonstração. Como é contínua em , temos que atinge um máximo em e um mínimos , em algum .
Suponha e são ambos pontos finais de . Como temos que e e assim é constante em . Consequentemente para todo .
Suponha não é um ponto final de . Então e tem um máximo local em . E o resultado segue a partir do fato que a derivada num ponto de máximo ou mínimo é zero.
Da mesma forma, suponha não é um ponto final de . Então e tem um mínimo local em
E o resultado segue a partir do fato que a derivada num ponto de máximo ou mínimo é zero.
Exercício. Mostre que possui uma raiz em .
Teorema [Teorema do Valor Médio].
Seja uma função continua no intervalo fechado e diferenciável no intervalo aberto . Então, existe tal que
Demonstração
A equação da reta que passa pelos pontos e é dada por
Definamos a função auxiliar
Começamos observando que é contínua em pois é soma da função contínua e um polinômio de grau 1. Analogamente, temos que a função é diferenciável em
Finalmente é imediato da definição de que
Logo, pelo teorema de Rolle existe tal que Portanto,
Teorema [Teorema do Valor Médio de Cauchy ou do Valor Médio Generalizado].
Sejam e funções continuas no intervalo fechado e diferenciáveis no intervalo aberto . Então, existe tal
que
Demonstração. O resultado pode ser demonstrado utilizando o Teorema do valor Médio para a função
E observando que
e assim para algum ponto . Diferenciando o resultado segue..
Teorema [Teorema do Valor Médio de Cauchy Generalizado] .
Sejam funções definidas num intervalo fechado que são -vezes diferenciáveis em e cujas primeiras derivadas são contínuas em . Suponha . Então para cada in existe no intervalo e tal que
Demonstração
Por simplicidade assumiremos e . Com fixo considere
para cada . Então são contínuas em e deriváveis em . Pelo Teorema do Valor Médio
para .
Logo
pois . Simplificando os termos de sinais opostos temos que
que fornece a fórmula desejada quando .
Teorema 8.
Se para todo , então é constante no intervalo .
Demonstração. Sejam e , com Como em temos que é continua no intervalo e diferenciável em .
Aplicando o Teorema do Valor Médio, temos que existe tal que
Begin Equation
f(x_2)=f(x_1)
~ End Equation
O teorema acima responde de forma explícita e positiva a pergunta feita ao começo desta seção: um corpo cuja velocidade instantânea é zero no intervalo de tempo dado encontra-se em repouso.
Corolário. Sejam e funções continuas no intervalo fechado e diferenciáveis no intervalo aberto tal que para todo . Então, existe tal que
para todo .
Demonstração. Considere a função . Então para todo em . E logo é constante.
No corolário acima, é fundamental que o domínio de seja um intervalo para que o resultado seja válido. Um contra-exemplo é a função pois em todo ponto do domínio mas a função não é constante. Isso ocorre pois o domínio de não é um intervalo.
Exercício. Mostre que .
Resolução.
Calculando a derivada de temos:
Logo
em temos
e logo
Definição 4.
Uma função é crescente no intervalo dado se para quaisquer par com tem-se que . A função é decrescente em se para quaisquer com tem-se que .
O seguinte resultado nos da um critério utilizando o sinal da derivada da função para determinar os intervalos de crescimento e decrescimento desta.
Proposição. Seja e seja um intervalo. Se para todo , então é crescente em .
Por outro lado, se para todo , então é decrescente em .
Demonstração. Aplicando o Teorema do Valor Médio a em existe um tal que
Como e devemos ter que ou seja, Logo é crescente.
A prova do outro caso é análoga.
Exercício. Determine os pontos para os quais é crescente e decrescente. Utilizando essa informação esboce o gráfico.
Resolução. Seja , então . Como é positiva em e é negativa em podemos concluir pelo corolário anterior que a função é
crescente em
decrescente em .
Exercício. Determine os pontos para os quais é crescente e decrescente.
Resolução. A função não está definida em e
A derivada de é:
Como o denominador é sempre positivo, e o numerador é positivo em .
Assim a derivada é positiva . De modo similar, podemos concluir que a derivada é negativa em .
Ou seja:
crescente em
decrescente em .
Utilizando apenas a informação da derivada primeira é possível determinar se um determinado ponto crítico de uma função é:
Teorema 9.
Seja uma função diferenciável e seja um ponto crítico de . Então,
Se no intervalo à esquerda de e se no intervalo à direita de , então é um ponto de máximo local.
Se no intervalo à esquerda de e se no intervalo à direita de , então é um ponto de mínimo local.
Se tem o mesmo sinal no intervalo à esquerda de e no intervalo à direita de , então não é nem ponto de máximo nem ponto de mínimo local.
Exercício. Ache os máximos e mínimos locais de
Uma função é côncava para cima no intervalo dado se para quaisquer par de pontos , o segmento que conecta com estiver acima do gráfico de .
De modo análogo, uma função é dita côncava para baixo no intervalo dado se para quaisquer par de pontos , o segmento que conecta com estiver abaixo do gráfico de . Mais formalmente,
Definição 5.
Uma função é dita côncava para cima no intervalo se para quaisquer terna de pontos com temos que
Definição 6.
Uma função é côncava para baixo no intervalo se para quaisquer terna de pontos com temos que
Teorema 10.
[Teste da Concavidade]
Demonstração
Dados com . Seja e façamos . Temos que provar que . Como , a desigualde anterior pode ser escrita como:
Aplicando o TVM nos intervalos y , obtemos pontos , satisfazendo
Como por hipotese é crescente, temos que , e como , segue que:
Exercício. Estude a concavidade de e esboce o gráfico.
Resolução. Começamos calculando as duas primeiras derivadas e .
Como para todo o sinal de é dado pelo sinal de Portanto,
Um ponto é um ponto de inflexão de se é um ponto no qual a concavidade da função muda.
Definição 7.
Seja uma função contínua em ,,. Diremos que ,,
é ponto de inflexão de se
é côncava para baixo em e é côncava para cima em , ou se
é côncava para cima em e é
côncava para baixo em .
Teorema 11.
Seja e tal que . Se o sinal de em for diferente do sinal de em
então é um ponto de inflexão de .
Exercício. Mostre que possui um ponto de inflexão na origem se for ímpar.
Se a função analisada for duas vezes diferenciáveis há critérios bem simples para a determinação de máximos e mínimos locais. Seja uma função dada.
Teorema 12.
Assuma que .
Suponha que . Por hipotese temos que . Assim
Logo, para suficientemente pequeno temos que
O que implica que if e que se . Logo pelo teste da derivada primeira tem um máximo local em .
A demonstração do caso no qual é analoga
Exercício. Determine os pontos críticos da função e classifique-os (pontos máximo, mínimo local) sendo
Resolução.
Como temos que e são os pontos críticos de Como e concluímos que é ponto de máximo e e são pontos de mínimo.
é ponto de máximo e é ponto de mínimo.
Exercício. Seja a função Analise seus pontos críticos.
Resolução. Temos Logo, Ainda, Assim, e, neste caso, o critério falha.
Devemos então analisar a concavidade de numa vizinhança do ponto
e portanto, a curva muda de concavidade no ponto é um ponto de inflexão.
A função não tem pontos de máximo ou mínimo locais em uma vez que para o que implica que é monótona crescente. Se estivesse definida num intervalo fechado então, teria um ponto de mínimo absoluto em e um ponto de máximo absoluto em
Uma aplicação do Teorema do valor médio generalizado permite-nos simplificar o cálculo de limites da forma
quando .
Note que não é possível aplicar a regra do quociente para calcular este tipo de limite dado que o denominador converge a quando tende a . .
Teorema 13.
[Regra de L'Hôpital]. Sejam e funções diferenciáveis no intervalo aberto tal que
Suponha, também, que para todo . Se existe, então
Demonstração. A partir da diferenciabilidade de e o Teorema do Valor Médio de Cauchy garante que para quaisquer dois pontos distintos x e em existe um entre e tal que
Então como :
O depende de e quando .
Além disso, quando .
E assim
A regra de L'Hopital pode ser generalizada para os limites ,, ,, ou ,. .
E para a indeterminação da forma , ou seja para o caso:
Para podermos aplicar a regra de L'Hôpital no caso em que , as funções envolvidas devem ser diferenciáveis no intervalo aberto contendo o ponto (exceto, tal vez, no próprio ponto ).
Isto sempre deve ser verificado!!
Exercício. Calcule .
Resolução. Como e pela Regra de L'Hopital,
Exercício. Calcule .
Resolução. Como e pela Regra de L'Hopital,
Exercício. Calcule se existir.
Resolução.
Note que e que as funções envolvidas são diferenciáveis em toda parte. Logo, podemos aplicar a regra de L'Hôpital.
Exercício. Calcule se existir.
Resolução. Note que e que as funções envolvidas são diferenciáveis em toda parte. Logo, podemos aplicar a regra de L'Hôpital.
Note que e que as funções envolvidas são diferenciáveis em toda parte. Logo, podemos aplicar a regra de L'Hôpital novamente.
Portanto podemos concluir que .
Exercício. Calcule se existir.
Resolução. Observe que e que são diferenciáveis para todo e que ambas funções convergem para quando . Logo, temos que
No caso de produtos indeterminados utilizamos que para transformar o produto em quociente. Essa estratégia é ilustrada nos exemplos a seguir.
Exercício. Calcule
Resolução.
Utilizando L'Hopital temos
Exercício. Calcule
Resolução.
Utilizando L'Hopital temos
No caso de diferenças temos que manipular a expressão de modo a convertê-la num quociente ou num produto indeterminado:
Exercício. Calcule
Resolução.
e
Exercício. Calcule
Resolução.
Quando temos uma forma indeterminada que envolve uma potência, ou seja formas indeterminadas da forma , e , em geral a estratégia a ser utilizada é aplicar o logaritmo natural:
se , então
Exercício. Calcule
Resolução Temos uma forma indeterminada do tipo . Seja . Desta forma queremos calcular . Começaremos calculando .
Logo Voltando ao limite original
Exercício.
Resolução. Temos uma forma indeterminada do tipo . Seja . Começaremos calculando .
Logo . Voltando ao limite original
Definição 8.
A reta é uma assíntota vertical de uma função se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:
Exercício. A reta é assíntota vertical de
Definição 9.
A reta é chamada de assíntota
horizontal para uma função se
Exercício. A reta é assíntota horizontal de
Definição 10.
Seja uma função qualquer. Se existem tais que
dizemos que a reta é uma assíntota inclinada à função . Se dizemos que é uma assíntota horizontal à função .
O coeficiente é dado pelo valor do seguinte limite, se existir.
Uma vez encontrado o valor de podemos utiliza-lo para encontrar o valor de . O coeficiente é dado pelo valor do seguinte limite, se existir.
Exercício. Determine as assíntotas de e esboce o gráfico.
Resolução
Antes de calcular os limites, faremos algumas simplificações
Primeiramente observamos que e Assim para e para
Determinemos agora
Logo, é assíntota para Analogamente vemos que é assíntota para
Exercício. Determine as assíntotas de .
Resolução.
Como a função está definida em todos os pontos, pois nunca é não há assíntota vertical. Uma vez que não há assíntotas horizontais. Fazendo a divisão de polinômios obtemos
então
Portanto, a reta é uma assíntota oblíqua.
É possível fazer um esboço do gráfico de uma função utilizando os conceitos e resultados obtidos ao longo do curso. A seguir damos um roteiro que não pretende ser exaustivo. Isto é, o roteiro a seguir serve apenas como um guia. Porém, destacamos que cada função apresenta suas peculiaridades e seria inútil tentar gerar um algoritmo que sirva para todas as funções.
Roteiro para a construção de gráficos
Passos | |
---|---|
1 | Encontrar o domínio . |
2 | Calcular os pontos de intersecção com os eixos. |
3 | Encontrar os pontos críticos e os valores críticos. |
4 | Determine, quando possível, se for par ou impar. |
5 | Determine intervalos de crescimento e decrescimento. |
6 | Encontre os máximos e mínimos de . |
7 | Determine intervalos de concavidade e convexidade. |
8 | Determine os pontos de inflexão. |
9 | Encontre as assíntotas. |
10 | Faça o esboço do gráfico de . |
.
Conhecer as simetrias da função, isto é, se a função é par ou impar ou periódica pode diminuir o trabalho a ser feito.
Distinga entre pontos de máximos e mínimos locais e globais.
Distinga entre assíntotas inclinadas, horizontais e inclinadas.
Exercício. Esboce o gráfico de .
Esboço do gráfico de
Resolução
Não existem assíntotas verticais.
Para determinar o comportamento assintótico para valores grandes calcularemos os limites de
Logo não temos assíntotas horizontais
Marcamos os valores e na reta real, como na figura 6. Marcamos cada subintervalo no qual seja crescente ou decrescente, concava para cima ou para baixo.
* Nós colocamos os pontos apropriados no eixo como mostrado na Figura #figsketch1 e conectamos os pontos com linhas retas. Na Figura #figsketch1(b) nós ajustamos essas linhas para demonstrar a concavidade adequada. Nossa curva cruza o eixo y em y = e atravessa a eixo perto de . Na Figura #figsketch1 mostramos um gráfico de desenhado com um programa de computador, verificando a precisão do nosso esboço.
~ End Resolucao
Exercício. Esboce o gráfico de .
Resolução
Vamos determinar o domínio máximo de definição, para isso buscamos os pontos para os quais não podemos calcular . Achamos que em e , não está definida . Logo o domínio de is .
Para determinar os valores críticos de , primeiro calculamos . Usando a regra do quociente temos
quando , e não está definida quando . Como não está definida somente quando também não está, estes não são valores críticos. O único valor crítico é .
Nós achamos que nunca é 0 (igualando o numerador a 0 e resolvendo para , encontramos que as únicas raízes para esta equação quadrática são imaginárias) e não está definida quando . Assim concavidade possivelmente irá alterar somente em e .
Há uma assíntota horizontal em , pois e .
Colocamos os valores , e na reta real como mostrado na Figura 7. Marcamos em cada intervalo se é crescente ou decrescente, concava para cima ou para baixo. Desta forma vemos que possui um máximo local em ; a concavidade muda apenas nas assintotas verticais.
Exercício. Esboce
Resolucao
Encontramos os possíveis pontos de inflexão, resolvendo for . Encontramos O polinômio cúbico no numerador não fatora em termos simples.
Assim aproximamos as raízes , e .
Não existem assímptotas verticais.
Temos uma assíntota horizontal em , pois .
Colocamos os pontos críticos e possíveis pontos em uma linha de número como mostrado na Figura 10 e marcamos cada intervalo como crescente/decrescente, concava para cima/para baixo
Exercício. Esboce o gráfico da função
Resolução
* A função é uma função algébrica irracional e definida para todo , ou seja, .
A função é contínua para todo . (Verifique a continuidade de no ponto ).
Logo, f não é par nem ímpar.
Vamos determinar agora as raízes :
$f(x)=0\Longleftrightarrow \left{ \begin{array}{c} x=0
x=-8% \end{array}% \right. $ são as raízes de f;
Vamos agora determinar a derivada, pontos críticos e os intervalos nos quais é crescente e decrescente
não é definida para , e portanto, não é diferenciável no ponto .
Assim, é um ponto crítico de .
ou seja, é crescente no intervalo
Do fato de não existir no ponto , devemos analisar o sinal de numa vizinhança deste ponto;
Para , temos ou seja, é crescente para ;
Para - temos que ou seja, é decrescente.
Podemos já concluir que tem um mínimo local no ponto (porque?).
Agora vamos estudar a concavidade de :
Temos que para todo , portanto, é um ponto de máximo local para .
Ainda, do fato de para todo então tem a concavidade voltada para baixo para todo
Passaremos agora a determinar as assíntotas:
Temos que
Se existir assíntota inclinada, será uma reta onde, e são constantes dadas por:
O mesmo cálculo, feito para mostra que não há assíntota inclinada para .
Valores especiais de :
e se
e
Exercício. Um fabricante de embalagens deseja fabricar uma lata cujo formato é um cilindro circular reto de volume . Quais devem ser as dimensões da lata de modo a minimizar a quantidade de material gasto na fabricação, ou seja a área lateral da superfície?
Resolução Sendo e o raio da base e a altura da lata, respectivamente. O volume da lata é dado por
e a área lateral
Resolvendo a equação (74) para h temos:
e substituindo em (75) temos
Claramente o raio deve ser positivo, e a área deve estar definida temos que temos que
A função é diferenciável em todos os pontos do domínio. Assim para calcular os pontos críticos, derivamos
e logo a derivada é igual a zero em:
Como não estamos num intervalo fechado, não temos a garantia de existência de um mínimo.
Para analisarmos o comportamento de iremos estudar o sinal da derivada.
A derivada é positiva se e negativa caso contrário.
E assim o ponto é um ponto de mínimo global
Exercício. Encontre as dimensões do triângulo isósceles de maior área que esteja inscrito na circunferência de raio .
Resolução Sejam a altura do triângulo, a base e a medida de um dos lados congruentes. A área do triângulo é onde e Utilizando Teorema de Pitágoras temos que
Substituindo obtemos Logo, nosso problema é maximizar a função
Calculando a derivada
temos que ou é o único candidato a ponto de máximo no intervalo Analisando o sinal da derivada primeira vemos que de fato é um ponto de máximo. Portanto as dimensões são
Logo o triângulo é equilátero.
Exercício. Uma calha deve ser construída com uma folha de metal de largura dobrando-se para cima da folha de cada lado, fazendo-se um ângulo com a horizontal. Determine o ângulo que vai maximizar a quantidade de água que a calha pode conter.
Resolução
Neste caso, queremos maximizar o volume que uma calha pode suportar. Primeiramente observamos que o volume de uma calha desta forma é a área de seção transversal vezes comprimento da calha. Assim, para um determinado comprimento, a fim de maximizar o volume devemos maximizar a área da seção transversal.
Para obter uma fórmula para a área da seção transversal vamos refazer o desenho acima um pouco.
A área seccional pode ser obtida somando a área do retângulo e as áreas dos triângulos. Como e temos:
Podemos assumir que pertence ao intervalo .
Calculando a derivada temos:
E logo a derivada se anula quando: ou seja e logo . ou quando , ou seja e .
Como , e . Temos que a área seccional máxima ocorre quando .
Exercício. Um arame de comprimento é cortado em duas partes. Com uma dessas partes faz-se um quadrado e com a outra um retângulo equilátero. Em que ponto deve-se cortar o arame para que a soma das áreas seja máxima?
Resolução
A soma das áreas é dada por
onde, é a área do quadrado de lado e é a área do triângulo equilátero de lado .
Como o arame tem comprimento , então Substituindo o valor de a na equação (85), obtemos como função de apenas uma variável:
Devemos determinar um valor para de modo que seja máxima. Começaremos procurando os pontos críticos
Então,
Por outro lado, a soma das áreas assume um mínimo local nesse ponto (critério da segunda derivada) quando
Como a função é contínua no intervalo temos que existe um máximo e um mínimo absolutos em
Como somente assume um mínimo local no interior deste intervalo, então o máximo deve ser assumido em um dos extremos deste intervalo. Vamos calcular os valores nos extremos:
Se e portanto temos
Se e portanto, temos
Como, (porque e segue-se que a área é máxima quando não se corta o arame, formando somente um quadrado de lado
Nesta seção, vamos discutir a Fórmula de Taylor, a qual nos fornece o polinômio de grau que melhor aproxima uma função na vizinhança de um ponto .
O exemplo mais simples de aproximação de uma função por um polinômio é a aproximação linear.
Naquela seção utilizamos a aproximação linear
para aproximar a função para na vizinhança de .
Definimos o erro que ao aproximar por por
E desta forma podemos escrever:
Teorema 14.
O erro tende a zero mais rapidamente do que Isto é, temos que:
Demonstração. Observemos que, para temos
E logo
O polinômio de Taylor de ordem 1 de ao redor de é definido como
Teorema 15.
O polinômio é a função linear que melhor aproxima localmente ao redor de
Demonstração Seja uma uma função linear
E tal que
e suponha que .
Como o erro em é temos que e logo a reta passa por . Para determinarmos observe que
dividindo por e tomando o limite teríamos
E logo .
Uma deficiência da aproximação linear é que a reta tangente possui apenas a mesma inclinação de ; ela não consegue por exemplo, possuir a mesma concavidade que . Nosso objetivo nessa seção é encontrar um polinômio , que coincide não só na inclinação, mas também na concavidade
Para isso suponha que a função seja duas vezes diferenciável. Procuramos um polinômio , de grau no máximo , tal que
Devemos procurar que satisfaça:
Concluímos, portanto, que
Novamente, definimos o erro que se comete ao aproximar por por
Observemos que, para
e, utilizando a regra de L'Hopital, obtemos
Ou seja, quando o erro tende a zero mais rapidamente que
Definimos o polinômio de Taylor de ordem 2 de ao redor de por
Novamente podemos provar que é o polinômio de grau 2 que melhor aproxima localmente ao redor de
Suponha que tem derivadas até ordem no ponto , onde , e deixe-nos tentar encontrar um polinômio
que concorda com e suas primeiras derivadas em 0. Há condições a serem satisfeitas, ou seja,
A equação nos dá que . Diferenciando temos
e assim , e logo Diferenciando novamente temos
e assim , e logo
E após diferenciar vezes:
temos que tal polinômio terá a seguinte forma
Definição 11.
O polinômio
é denominado polinômio de Taylor de ordem de centrado na origem.
Exercício.
Resolução
Começamos tabelando as derivadas de no ponto .
~ Begin Center
~ End Center
Desta forma pela definição de Taylor
Da parte 1
Para aproximar o valor de , observe que É muito simples de calcular :
Um gráfico de e é mostrada na figura 12.
Exercício.
Ache o -ésimo termo do polinômio de Taylor de em .
Use para aproximar o valor de .
Use para aproximar o valor de .
Resolução
Começamos tabelando a derivada de em .
Taylor de | ||
---|---|---|
Pela definição [#def:taypoly], temos
E assim é dado por
E desta forma
Está é uma boa aproximação já que A figura 13 mostra o gráfico de e .
* Agora aproximaremos por :
Essa aproximação não é fantástica: uma calculadora mostra que O gráfico na Figura 13 mostra que fornece aproximações menos acuradas de quando fica próximo de 0 ou 2.
Mesmo o polinômio de Taylor de ordem 20 falha ao aproximar para , como mostra a figura 14. Nos discutiremos a seguir o porque.
Para entendermos porque a aproximação acima falha precisamos entender a precisão com que uma função é aproximada por polinômios de Taylor, para esse fim definimos o erro como sendo
sendo a função dada e o polinômio de Taylor de grau ao redor de
Teorema [Fórmula de Taylor com Erro de Lagrange].
Suponhamos que a função seja vezes diferenciável no
ao redor do ponto Então
para algum entre e .
A demonstração desse Teorema será feita no Apêndice A.1
Exercício. Use o Teorema [Fórmula de Taylor com Erro de Lagrange] para estimar o erro cometido ao aproximar e por , o polinômio de Taylor de grau 6 de centrado em , como calculado no Exemplo 42.
Vimos que pode ser aproximado por . Para calcularmos o erro usaremos o Teorema [Fórmula de Taylor com Erro de Lagrange] e para isso precisamos de um intervalo aberto que contenha e . Quanto menor o intervalo usamos o melhor; ele vai nos dar uma aproximação mais precisa (e menor!) do erro. Assim escolhemos , pois este intervalo contém tanto e .
Agora precisamos estimar . Nesse caso específico queremos determinar o quão grande é a sétima derivada de no intervalo aberto . A sétima derivada é .
O maior valor que atinge em é de cerca de 1506. Assim, podemos limitar o erro como:
Como e usando uma calculadora temos que , o erro real é de , que é menor que o erro máximo estimado usando o Teorema .
Novamente começamos escolhendo um intervalo que contenha e ; Nesse caso escolheremos . O valor máximo da sétima derivada de nesse intervalo é 1506 (o maior valor ocorre próximo de ). Logo
Esse limitante não é tão bom quanto o anterior. Como , a nossa estimativa de erro garante que o valor real de está entre e . E desta forma não são muito úteis.
Exercício. Quantos termos do polinômio de Taylor são necessários para aproximar com um erro inferior a ?
Resolução. Queremos que Logo basta tomar tal que ou seja, tal que Substituindo valores em temos que a desigualdade é satisfeita para
Começaremos obtendo uma expressão para utilizando polinômios de Taylor.
Teorema 17.
Demonstração
Como vimos, o polinômio de Taylor de ordem ao redor do zero da função é
Observe que para Pelo Teorema [Fórmula de Taylor com Erro de Lagrange], o erro da aproximação é dado por
para algum
Logo,
Finalmente, tomando o limite e aplicando o Teorema do Confronto obtemos
Teorema 18.
O número é irracional.
Demonstração
Suponha que é um número racional. Então existem inteiros positivos e de tal forma que . Defina o número
Desta forma se e é racional, então será um inteiro. Para vermos esse fato substituímos e = a/b nessa definição e obtemos
O primeiro termo é um número inteiro, e cada fração na soma é realmente um número inteiro porque para cada termo. Portanto é um número inteiro.
Agora demonstraremos que . Primeiramente provaremos que é positivo, para isso utilizaremos a representação de e em série obtida anteriormente, obtendo
Agora demonstraremos que . Para todos os termos com temos a estimativa
Essa desigualdade é estrita para cada . Alterando o índice de soma de e utilizando a fórmula para a série geométrica obtemos
Como não existe inteiro estritamente entre 0 e 1, chegamos a uma contradição, e assim e deve ser irracional.
Teorema [Fórmula de Taylor com resto de Lagrange].
Suponhamos que a função seja vezes diferenciável no
ao redor do ponto Então
para algum entre e .
Demonstração.
Podemos obter a fórmula de Taylor utilizando no Teorema [Teorema do Valor Médio de Cauchy Generalizado] . Desta forma para algum teríamos
ou
Observe que se ,